terça-feira, 25 de outubro de 2011

Exibição e debate nessa quinta (27/10)

Nessa quinta, dia 27, às 19h acontece exibição do documentário e debate com o diretor Cristiano Bastos no Cineclube IESB, em Brasília. Confira mais informações no flyer:

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Em busca do Paêbirú



O artista plástico e arqueólogo paraibano Raul Córdula (homem que, nos anos 1970, apresentou a Pedra do Ingá a Lula Côrtes e Zé Ramalho), escreveu esse texto em prosa poética que se encontra no encarte original do long-play de Paêbirú. Neste encarte, que torna o disco mais valioso ainda, também tem relatos da expedição feita por essa turma à localidade de Ingá do Bacamarte. Os relatos são assinados por Côrtes. Leia-os aqui em breve. Em 4 episódios

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Fonte

sábado, 8 de outubro de 2011

No Cine São Luiz

Confira reportagem publicada nessa sábado 07/10 no Diário de Pernambuco.

Filme sobre disco Paêbirú, de Zé Ramalho e Lula Côrtes, é projetado neste domingo no Cine São Luiz
 
Júlio Jacobina/DP/D.A.Press

Zé Ramalho faz sucesso em todo o Brasil e sempre canta músicas como Avohai, Frevo mulher, Admirável gado novo e Chão de giz, que ajudaram a fazer o nome do cantor paraibano a partir do final dos anos 1970. O que muitos de seus fãs não sabem é que, anos antes, Zé já estava na ativa e tinha até gravado disco, o mítico Paêbirú, parceria com Lula Cortês.

O álbum virou tema de documentário. Zé não quis participar (Paêbirú é um assunto que ele evita), mas aprovou sua produção. Lula Côrtes morreu sem assistir Nas paredes da pedra encantada, longa-metragem que investiga esse que é um dos mais raros discos brasileiros. O LP duplo Paêbirú — Caminho da montanha do sol (1975) é o primeiro disco a levar na capa o nome do compositor de Avohai. Músico, poeta e artista plástico pernambucano, Luiz Augusto Martins Côrtes morreu em 26 de março, aos 61 anos, em decorrência de um câncer na garganta. O filme ganhou sua primeira exibição pública em 30 de abril, em São Paulo, dentro da programação do In-Edit Brasil — 3º festival internacional do documentário musical.  

O filme será projetado pela primeira vez em Pernambuco neste domingo, às 20h30, no Cine São Luiz, como parte da programação da mostra Play The Movie, do Festival Coquetel Molotov.

Dirigido por Cristiano Bastos e Leonardo Bomfim, o documentário, além de abordar a feitura do disco — conversando com vários dos envolvidos, como o cantor Alceu Valença, o cartunista Lailson de Holanda, o artista plástico Raul Córdula e a cineasta Katia Mesel — tem na figura de Lula seu fio condutor. E não teria como ser diferente. Com um carisma magnético, ele rouba a cena.

Rodado nas cidades pernambucanas de Olinda, Jaboatão dos Guararapes e Recife, e nas paraibanas João Pessoa e Ingá do Bacamarte, Nas paredes da pedra encantada é um road movie que captura muito do espirito da época em que o disco foi feito, em plena efervescência do udigrudi pernambucano. Produzido com dinheiro do próprio bolso dos diretores (orçado em aproximados R$ 30 mil), o filme acompanha Lula de volta até a Pedra do Ingá, sítio arqueológico onde se encontram as misteriosas inscrições rupestres que inspiraram as letras do álbum — que apresenta em suas músicas uma rica combinação de ritmos nordestinos e rock psicodélico.

As premissas dos diretores resultaram em vários planos sequência, longos e detalhados depoimentos, que passeiam por temas como ecologia, arqueologia, contracultura, música e lisergia, permitindo ao espectador entrar na história sem pressa. “Queríamos que o filme respirasse, fugisse de edições frenéticas, de ritmo videoclíptico. E que tudo nele fosse novo, sem imagens de arquivo — até porque elas não existem —, mostrando o que a gente viu”, conta o jornalista gaúcho radicado em Brasília Cristiano Bastos. “A ideia não era apenas entrevistar, mas olhar as pessoas. Como o Pennebaker em Don’t look back, filmando detalhes dos personagens, um filme observador”, emenda o carioca Leonardo Bomfim, mestrando em comunicação morando em Porto Alegre, em referência ao documentário do diretor americano que captura Bob Dylan em 1965.

Registro vívido
Em alguns momentos, a limitação financeira da produção surge na tela, mas isso não interfere em seu encanto justamente pela riqueza das imagens e das falas dos personagens. Há depoimentos divertidíssimos, como Lula contando como pediu Katia (sua mulher na época) em casamento ou o avistamento de elefantes em pleno sertão paraibano. Em Ingá do Bacamarte, onde se localiza a pedra, os moradores dão versões ingênuas e hilárias para a origem das inscrições. Além da natureza, a música exerce grande força no documentário. O próprio Paêbirú serve de trilhas sonora, mas foram feitas cenas musicais exclusivas.

Em uma delas, Lula e seu tricórdio (espécie de cítara popular marroquina, instrumento que ele dominava e está por todos os quatro lados do LP) acompanham, em espontânea sintonia, Alceu Valença em uma música inédita do compositor de Tropicana e Coração bobo. Em um dos depoimentos, Lula fala sobre o futuro, a vontade de construir uma nova casa no terreno que ganhara de um amigo. O músico se foi, mas permaneceu seu legado. E com Nas paredes da pedra encantada, permanece também um registro vívido desse incrível personagem da música brasileira.

Programação da Mostra Play the Movie:
SÁBADO – 08/10
17h – Sessão de fil­mes sele­ci­o­na­dos por Marcelo Gomes: “Cinema, Aspirinas e Urubus”
19h — Filme: “Gretchen Filme Estrada“
21h — Filme: “Explosão Brega”

DOMINGO — 09/10
17h — Sessão de fil­mes sele­ci­o­na­dos por Marcelo Gomes: “A Alma do Osso”
18h30 – Filme: “Daquele Instante em Diante“
20h30 – Filme: “Nas Paredes da Pedra Encantada”

Com informações de Pedro Brandt, do Correio Braziliense

Fonte: diariodepernambuco.com.br/nota.asp?materia=20111007132014